- «O Sr. Henrique Raposo comete vários erros: primeiro, não há qualquer «pulsão religiosa» nos homens, há apenas desconhecimento e questões que se querem respondidas atribuídas a uma ideia de divino. Este conceito funciona como um escape que logo justifica o inexplicável e evita demais explicações. Isto não é «pulsão», é falta de paciência na capacidade que nós temos de resolver os grandes problemas que o universo nos coloca e que devemos encarar sempre como desafios. (...) Insiste que Hitchens não deveria travestir a religião de fascismo. De facto, poucos são os pontos comuns das religiões com o fascismo e é um erro grosseiro se nos atrevermos a enumerá-los. Vejamos, são mesmo mínimos e não custa nada: quase todas apresentam normalmente um líder que cultiva uma imagem ridícula, preceitos e regras a serem cumpridos sem recurso, alianças forjadas (com outros regimes fascistas) quando convém, incentivos para lutar até à morte defendendo a causa, policiamento regular de quem não cumpre e, se alguém quiser abandonar o fascio na valeta, é o cabo dos trabalhos! (...) O contrário parece ser o caso do Sr. Henrique Raposo, que nos deixou ligeiramente preocupados quando afirma que não se admite ateu simplesmente por causa de homens «cool» como Hitchens e prefere afirmar-se agnóstico. É a mesma coisa que dizer: «Eu sou benfiquista, mas agora sou sportinguista porque está lá o Jesus. Se Jesus não fosse tão «cool», continuava benfiquista. Se não, ai Jesus!, ainda posso ficar como ele e começar a jogar muito pela esquerda!».» (Diário Ateísta)
- «(...) Depois, vem o argumento à café, o "isto já tem barbas" que geralmente serve para insinuar cultura ante a plebe deslumbrada. Sine ratio (eheh), não passa de escatologia.
Segundo Henrique Raposo, Nietzsche, Heidegger, ou Marx vendiam banha-da-cobra mas era da boa porque na altura era original. (...) Uma alteração biológica, algures no passado das espécies que nos antecederam, trouxe-nos vantagens determinantes para a nossa propagação. Ao mesmo tempo, tornou-nos, por defeito, em animais capazes de imaginar o sobrenatural. Discutir o que seja desistindo da razão, como faz um crente, é voltar a tempos de sobrevivência incerta e temor dos céus.
Tempos aqueles quando, pelas mesmas razões, pouca tolerância decerto haveria para com intelectuais que pusessem em causa a crença maioritária.
Pelo contrário, quando se trata de identificar uma causa de injustiça e violência - como o é tantas vezes a religião -, e combatê-la sem bombas ou inquisição, a tolerância mora em pouco mais lugares que aqui, na Europa do séc. XXI.
A prova está em um comentador tão medíocre como Henrique Raposo conseguir escrever para um jornal sem que este facto perturbante faça o mesmo descer a pique nas tiragens.» (Verdade ou Consequência)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Não faz descer a pique nas tiragens. Até faz subir. Ler este post tolo sobre o texto de Henrique Raposo levou-me a decidir neste momento assinar o Expresso.
ResponderEliminarQuem é este Henrique Raposo?
ResponderEliminarO Henrique Raposo é um jovem do CDS que escreve no Expresso. Começou na blogo-esfera, e inicialmente até tinha alguma graça.
ResponderEliminarNuno Gaspar,
ResponderEliminartem algum comentário estruturado a fazer?
Não, Ricardo. O texto citado não me motiva mais do que uma ou duas frases curtas.
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