- «Na Europa é usual as esquerdas entenderem-se. Em França há muito que se entenderam para um “programa comum”, o qual tem tido tradução governativa em várias legislaturas desde 1981. Actualmente, no PSF discute-se a hipótese de alianças que vão dos centristas (MoDem) até à “esquerda radical”. Em Espanha, o PSOE já fez uma coligação pré-eleitoral com a Izquierda Unida (2000), e governou com o seu apoio e o da “Esquerda Republicana da Catalunha” (2004-08). Em Itália, desde 1994 que tem havido várias coligações incluindo as várias esquerdas e o centro. No Chipre, os renovadores comunistas do AKEL (o maior partido, que governa o país e do qual é oriundo o presidente) também têm sabido entender-se com os outros partidos. Na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, há muito que os sociais-democratas se entendem com a esquerda pós comunista e libertária para soluções de governo.» (Ladrões de Bicicletas)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
dependente do que consideras "um acordo", o bloco pode estar numa loose loose situation. se vai para o governo em coligação, perde a "aura moralista" ao ter de se comprometer com o pragmatismo e perde votos. se fica no eterno contra, contribuindo para a instabilidade e a falta de soluções, segue a perder votos. parece-me, assim, que o bloco encara um problema de crescimento para depois destas eleições, e não sabem ainda muito bem como o resolver. daí rejeitarem todas as alternativas (com a excepção da de serem, sózinhos, maioria absoluta, um pouco alucinativo mesmo com drogas leves...).
ResponderEliminara solução minimalista, parece-me, será a de aceitarem a posição de consciência "radical" do PS, pressionando nesse sentido na assembleia, mas entrando em acordos para aprovar o programa, os orçamentos, e inviabilizar moções de censura. mas não arrisco prognósticos sobre qual vai ser a posição a escolher.
o que sigo é a insistir que todos esses cenários vão ser muito interessantes de analisar SE E SÓ SE o PS ganhar as eleições. assim, segue o apelo ao voto útil!
(Estás a ficar monotemático com essa do voto útil...)
ResponderEliminarLouçã está a ser taxativo mesmo a negar um «acordo» (parlamentar?).O que significa que, ou está a fazer bluff, ou o Sócrates vai ter que telefonar ao Jerónimo para aprovar o orçamento.
A impressão que tenho pela campanha da CDU, é que um acordo PS-CDU é menos improvável que um acordo PS-BE.
ResponderEliminarconcordo com o JV, ou pelo menos fiquei com essa impressão dos debates. a CDU também seria mais disciplinada que o BE, por questões de organização interna... mas esse acordo parlamentar já o ouvi o louçã dar como uma hipótese menos remota que as outras (não me lembro onde o vi...).
ResponderEliminare sim, serei monotemático até domingo ;-)
Não é acordo parlamentar, é viabilizar politicas com que o BE concorde e só...
ResponderEliminarAliás durante toda esta legislatura, o BE e o PCP votaram ao lado do PS muitas propostas, só que nas questões decisivas o PS teve o apoio do PSD e até do CDS.
Quanto a alianças julgo que a hipotese do PCP-PS pode ser uma realidade, o PS não ataca o PCP e faz do Bloco o seu adversário principal, isto pode querer dizer alguma coisa...
Parece-me que o PCP tem menos a perder: um eleitorado mais fidelizado, maior coerência interna, maior implantação fora do Parlamento. O único contra relativamente ao BE é a maior distância comparativa PS-PCP.
ResponderEliminarRicardo Alves:
ResponderEliminarO Louçã e muitos militantes do Bloco rejeitam que o PCP esteja à esquerda do BE.
É verdade que o facto do BE não hesitar em denunciar os totalitarismos vários que embaraçam o PCP (Estalinismo, o regime cubano, a Coreia do Norte, a Angola de José Eduardo dos Santos) o aproxima mais do PS.
Mas em termos programáticos, as diferenças ao nível das propostas são menos radicais:
http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/662325.html
É verdade, o facto do BE ter uma cultura mais amiga do pluralismo que o PCP também o aproxima mais do PS.
ResponderEliminarPosto isto, mantenho o que tinha escrito.
Um acordo entre o PS e o PCP invalidaria que o PCP continuasse a ser o partido da "rua", do protesto, que é o que hoje é. Iria entregar esse papel ao BE, e isso o PCP não quer.
ResponderEliminarO PCP hoje, com esta direcção, não é um partido de poder. Podem ocorrer alianças a nível autárquico (mas nem essas o PCP quer!), mas não a nível nacional.
Este Louçã sabe-a toda.
ResponderEliminarA esquerda deve votar Sócrates
«Iria entregar esse papel ao BE, e isso o PCP não quer»
ResponderEliminarA relação entre PCP e BE, face à colaboração com o PS, é um caso clássico do «dilema do prisioneiro».
Tanto em França como em Itália, as coligações à esquerda deram vida longa de muitas décadas ao governos de direita. De tal modo, que a cultura dos países se deslocou para a direita. Assim, a extrema-direita conseguiu votações impressionante em França, e em Itália a extrema-direita controla a Câmara de Roma, sendo uma força nacional relevante. A filha de Mussolini é uma figura de destaque e chega a ter representantes no Parlamento Europeu.
ResponderEliminarPor isso, e como em política se deve pensar a médio-longo prazo, há que ter cautela redobrada quando se contempla qualquer tipo de aliança entre o PS e o PCP ou o BE.
Na Alemanha os verdes têm força regional e têm programas pragmáticos. Em Portugal, o PCP criou aquela fantochada do PEV para ocupar esse espaço (i), para se poder apresentar às eleições com um nome que não assuste tanto as pessoas (ii), e para ter mais tempo de antena no parlamento (iii).
Nestes termos, e citando o PM Pinheiro de Azevedo - "vão todos para a Bardam***!"