Eu li a história do Nouvel Observateur sobre a miúda a quem negaram a netrada num banco por usar um véu e lembrei-me das fotografias da minha mãe nos anos 50, a passear com óculos escuros e um lenço na cabeça, parecidíssimo com o lenço destas miúdas. Por todo o lado as mulheres usavam lenços na cabeça. Nos anos 60 as mulheres usavam lenços na cabeça para irem à missa.
O pessoal está a exagerar. Um amigo meu do IST mandou-me à poucos dias um vídeo neo-nazi com estatísticas sobre demografia, basicamente uma lamúria sobre a falta de vigôr sexual dos "europeus". A julgar pelas estatísticas do vídeo, os muçulmanos passam o dia a olhar para o relógio, a contar os minutos até poderem ir para casa engravidar as mulheres, enquanto os cristãos se metem a ver a TVI e os programas 'desportivos' (que são só e sempre sobre 'a bola').
Concordo que os burkinis sejam proibidos nas piscinas públicas, por razões de higiéne elementar. E concordo que ninguém deva ter o direito de tirar uma fotografia para o passaporte com a burca em cima. Mas esta guerra à moda islâmica parece-me uma coisa absolutamente fascista, como quando havia fiscais nas praias portuguesas, com uma bitola na mão, a medirem o comprimento da perna dos fatos de banho dos homens.
Filipe,
ResponderEliminaros lenços muçulmanos nem são uma simples «moda», nem são escolhidos livremente pelas mulheres. São uma imposição dos homens muçulmanos, por razões político-ideológicas. A diferença é essa.