segunda-feira, 11 de maio de 2009

«As crianças são propriedade dos pais»?

Há quem defenda, no contexto do debate sobre a educação sexual nas escolas, que «as crianças são propriedade dos pais». Não e não: as crianças não são propriedade de ninguém, nem dos pais, nem do Estado, nem da Segurança Social, nem da comunidade religiosa. As crianças têm direito à sua individualidade, a que não lhes cortem as pernas, não as aterrorizem e não as privem de informação, conhecimentos úteis e bem estar.

Evidentemente, os responsáveis primeiros pela educação dos miúdos são os graúdos respectivos. Mas não vem mal ao mundo, antes pelo contrário, se a escola ensinar regras de higiene, difundir informação sobre saúde e sexualidade, ou tentar transmitir um pouco de civismo. A família pode não ser suficiente, e em muitos casos não é.

Afirmar que «as crianças» são propriedade dos pais pode servir, no limite, para justificar os casamentos arranjados e as mutilações sexuais de menores, práticas infelizmente ainda correntes, inclusivamente em Portugal.

28 comentários:

  1. Eu tenho o direito de vender a minha propriedade, poderei vender os filhos que tiver? Será que me fazem um bom preço?

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  2. Um pequeno deslize na linguagem e está aí o cardume de piranhas pronto a rasgar a ferida.

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  3. "Afirmar que «as crianças» são propriedade dos pais pode servir, no limite, para justificar os casamentos arranjados e as mutilações sexuais de menores"

    quando estão no útero são propriedade da mãe ou não? é que eu recordo-me das cenas da ana drago à porta dos tribunais a dizer que a barriga era dela. qual é a sua posição, ricardo?

    o estado imiscuir-se na vida sexual dos alunos é tão mau ou pior como a religião fazer o mesmo com o estado. espanta-me a sua dualidade de critérios.

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  4. Um óvulo fecundado não é uma pessoa. Mais: o Estado não pode substituir o útero. Mas pode substituir os pais do recém-nascido...

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  5. "Um óvulo fecundado não é uma pessoa"

    pode não ser uma pessoa, mas por essa ordem de ideias uma criança de meses não é uma pessoa: tem quase tantas funcionalidades como no útero - é completamente dependente e instintiva. se é errado matar um recém-nascido, não é porque ele é uma "pessoa" na completa acepção do termo (que pense, que fale, que ande): é porque é vida. e vida humana. e essa, meu caro, começa na fecundação, quer queira quer não.

    "Mas não vem mal ao mundo, antes pelo contrário, se a escola ensinar regras de higiene, difundir informação sobre saúde e sexualidade, ou tentar transmitir um pouco de civismo"

    vem mal ao mundo se for contra as ideias dos pais.

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  6. «vem mal ao mundo se for contra as ideias dos pais.»

    E se os pais não quiserem que os filhos aprendam a ler? Será que vem mal ao mundo por ensiná-los?

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  7. "E se os pais não quiserem que os filhos aprendam a ler? Será que vem mal ao mundo por ensiná-los?"

    isso é restringir o direito das crianças à educação, que nem tem discussão. mas, para mim, educação tem por base as ciências, as línguas, a história, etc. e é aí que deve acabar a instrução escolar (pelo menos em relação às disciplinas obrigatórias).

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  8. Zé Gato:

    Ok. Ensinar matérias às crianças contra a vontade dos pais está certo, mas apenas desde que sejam as matérias que o Zé Gato acha que devem ser ensinadas, escolha essa fundamentada em "quanto a mim devia ser assim".

    Nesse caso, tudo bem. É difícil argumentar contra tal critério de escolha.

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  9. «zé gato»,
    a vida não começa na fecundação: transmite-se através da fecundação. Um espermatozóide também é vida.

    Um recém-nascido pode ser entregue ao cuidado do Estado. Um feto não. A diferença é essa.

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  10. «zé gato»,
    as ideias dos pais podem ser contra ensinar: o aparelho reprodutor (o que acontece na biologia do 12º ano), a teoria da evolução (o que acontece na biologia do 10º ano, talvez sem a devida insistência), o geocentrismo, a existência da inquisição, os aspectos negativos do nazismo, etc.

    Se moldarmos os programas à medida das ideias dos pais, pode ficar muito pouco para ensinar que seja realmente consensual...

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  11. ricardo:

    um espermatozóide também é vida, concordo. mas não é vida humana. essa é que é a questão.

    não conheço caso algum em portugal em que essas matérias tenham sido postas em causa pelos pais. e eu aprendi-as no 3º ciclo, não foi no secundário. e os miúdos também as aprendem hoje em dia antes do 10º ano. todas.

    joão vasco:

    não é só o "quanto a mim devia ser assim". é também a opinião da generalidade das pessoas (e de especialistas, já agora) que ideologias devem ficar à porta das escolas.

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  12. «é também a opinião da generalidade das pessoas (e de especialistas, já agora) que ideologias devem ficar à porta das escolas.»

    Quais ideologias?
    Se um professor ensinar que é errado roubar, está a ultrapassar as suas competências? Não creio que a "generalidade" das pessoas acredite nisso. (E isso seria argumento?)

    E se o professor ensinar que os alunos não o devem interromper? Também está a ultrapassar as suas competências?

    É que estávamos a falar de... «ensinar regras de higiene, difundir informação sobre saúde e sexualidade, ou tentar transmitir um pouco de civismo».

    É isto que é visto como "ideologia". Se a minha ideologia for que o meu filho não é menos que os professores e tem o direito de os interromper, será que o estado "não se devia meter" e não ensinar ao meu filho que ele está errado?

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  13. "É que estávamos a falar de... «ensinar regras de higiene, difundir informação sobre saúde e sexualidade, ou tentar transmitir um pouco de civismo»."

    eu estava a falar da parte do "contexto do debate sobre a educação sexual nas escolas"...

    e a "educação sexual" que é proposta para as nossas escolas é uma ideologia.

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  14. Zé Gato:

    Por um lado, dizer que as pessoas não devem roubar também é uma ideologia. Muito popular, mas é. Será que os professores ultrapassam as suas competências se defenderem este valor nas aulas?

    Por outro lado, se o Zé Gato soubesse que a educação sexual nas escolas não tinha qualquer componente normativa, limitando-se a falar sobre o aparelho reprodutor, a puberdade, as DSTs, quais as diferentes formas para minimizar o risco que são possíveis, etc... nesse caso já diria que não se tratava de ideologia? Ou continuava a ser ideologia?

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  15. Ricardo & João:

    Por acaso, por mero acaso, foi hoje entregue no TC o processo de legalização de um novo partido, o Portugal Pró Vida - PPV, que pretende dar umas luzes a gente com a ignorância do Ricardo e do João.

    Talvez fosse bom que precebesse uma coisa: segundo a nossa Constituição, o estado não pdoe programar a educação das crianças, essa tarefa cabe aos pais.
    Tudo o que você disser a cima disso é estupidez.

    O estado tem obrigação de criar as condições para que os pais possam ter na escola a forma a educação que mais se adequa aos seus filho e ao meio social em que estão inseridos. O Estado é impessoal, logo não pode incutir valores ou ideologias, mas compete-lhe suportar as exigencias da educação dos portugueses.
    Já a formação técnica e cintifica, é comum a todos e, por não ser ideologimentente manipulável (se lá não estiverem os ateistas, claro), não carece da aprovação dos pais.

    Uma coisa é a "propriedade" dos filhos (lembro-me agora de um ateista que nacionalizou os filhos das familias - chamava Samora Machel), outra, bem diferente é o exercicio do poder paternal e a responsabilidade de poder defender os filhos das incursões da estupidez e da imbecilidade.

    Porém, as suas opiniões sem qualquer nexo, vindas de quem vêm, não representam qualquer problema. O que é estupido, é que aidna haje imbecis na politica com o seu nivel de formação e conhecimentos - isso é que é grave!

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  16. Zequinha...

    A educação especial que eu leccionei en nada tinha de ideologia...

    Simplesmente ensinei os sistemas reprodutores (anotomia e fisiologia), as DST's e os métodos que minimizar a sua transmissão...

    Isso é educação sexual. Ensina-se toda a informação de modo a que os alunos informados tomem as suas opções na vida...

    Portanto, quando o Zeca fala em ignorãncia, só pode estar a referir-se a si.

    Quanto ao novo partido, venha daí mais um... A democracia Pós 25 de Abril permite a existencia de vários partidos... É a democracia na sua excelência, a Democracia do 25 de Abril..

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  17. Zeca Portuga:

    Eu estava a discutir com o comentador "Zé gato" que apesar de tudo não desata com ordinarisses e insultos a torto e a direito.

    Bem sei que o Zeca apesar de tudo tem mais educação quando se dirige a mim que a tantos outros comentadores, e agradeço a gentileza. Ainda assim não consegue dispensar chamar-nos "ignorantes" e "estúpidos".

    Eu podia retorquir com o mesmo tipo de linguagem e discurso chamando o Zeca isto e aquilo, mas tenho mais que fazer.

    Vou portanto centrar-me nos "argumentos", e esquecer a lingagem insultuosa:

    «logo não pode incutir valores»
    Eu quando era novo aprendi na escola - além de ter também aprendido em casa - que não se devia roubar; que se deviam respeitar as regras de trânsito; que não devia fumar nem beber em excesso.
    Nós podemos não reconhecer nestas ideias ideologia, apenas porque são tão populares. Apenas grupos "extremistas" discordarão destes valores. Mas não é por uma ideia ser popular que deixa de ser "ideológica". Se falamos em "conhecimento" normativo e não descritivo, não estamos no campo da instrução "pura"; estamos no campo da ideologia.

    Se o Zeca considera que o professor não tem o direito de ensinar que roubar é errado; que interrrompê-lo e desobedecer-lhe é errado, etc... então é coerente quando afirma que a ideologia deve ficar à porta da escola. Mas apenas se esquece de justificar essa posição extremista.

    Se não, então a incoerência das suas posições foi demonstrada.

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  18. "Por um lado, dizer que as pessoas não devem roubar também é uma ideologia. Muito popular, mas é. Será que os professores ultrapassam as suas competências se defenderem este valor nas aulas? "

    não é apenas uma ideologia, é um dos imperativos para uma coabitação entre seres humanos. é como o direito à educação - não tem discussão.

    "Por outro lado, se o Zé Gato soubesse que a educação sexual nas escolas não tinha qualquer componente normativa, limitando-se a falar sobre o aparelho reprodutor, a puberdade, as DSTs, quais as diferentes formas para minimizar o risco que são possíveis, etc... nesse caso já diria que não se tratava de ideologia? Ou continuava a ser ideologia?"

    tudo isso se aprende em ciências (pelo menos eu aprendi, e não sou assim tão velho). educação sexual seria apenas mais uma disciplina para entupir o já sobrecarregado ensino (que conta com disciplinas tão úteis com artes de fogo, métodos de estudo, área projecto, teatro/dança, entre outras - felizmente eu não apanhei nada disto).

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  19. Para não criar confusões, o meu comentário foi dirigido ao Zeca Portuga...

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  20. João Vasco:

    Você alguma imaginou a quantidade de pades que se encontram a leccionar (Português, Filosofia, História, EMRC, Geografia, Latim, Grego)?

    Já alguma vez viu que os colegios católicos têm as melhores notas do país?

    Você sabe há quantos anos a disciplina de EMRC aborda a educação sexual?

    Vamos supor que o Estado resolvia impôr a obrigatoriedade de toso os alunos ter EMRC. Será que a sua abertura era a mesma? Será qeu ainda entendia que os pais não devem intervir nas disciplinas que os filhos têm?
    Será que aceitava?

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  21. Zé Gato:

    «não é apenas uma ideologia, é um dos imperativos para uma coabitação entre seres humanos.»

    Eu concordo que não se deve roubar. Mas existe quem discorde.

    De qualquer modo, a ideia "não se deve roubar" é normativa e não descritiva, pelo que não poderia deixar de ser "ideologia" no mesmo sentido em que argumenta que a educação sexual o é.

    Claro que pode argumentar que essa ideologia (não roubar) está certa, e a outra (a alegada ideologia da educação sexual) está errada. Mas nesse caso o seu problema não é que o estado ensine ideologia, mas sim que ensine ideologia que não é a sua...


    «tudo isso se aprende em ciências»

    Repare, que quando eu pergunto "se A fosse verdadeiro, acharia B?" estou precisamente a perguntar isso.

    Dizer-me "mas A é falso" não responde à pergunta que lhe fiz.

    Por isso, repito a pergunta:

    «Por outro lado, se o Zé Gato soubesse que a educação sexual nas escolas não tinha qualquer componente normativa, limitando-se a falar sobre o aparelho reprodutor, a puberdade, as DSTs, quais as diferentes formas para minimizar o risco que são possíveis, etc... nesse caso já diria que não se tratava de ideologia? Ou continuava a ser ideologia?»

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  22. Zeca, infelizmente existem muitos padres a leccionar que tiram os lugares aos verdadeiros professores que deveriam estar a realizar essas funções.

    Educação sexual na disciplina de EMRC, acredito, mas falta na disciplina de EMRC uma parte indispensável para a Educação Sexual, a parte científica e do conhecimento. A educação sexual pretende acima de tudo dotar os alunos de competências de cidadania e de tomada de decisões informadas. Logo, quando se fala em sexualidade, só o conhecimento dos diferentes sistemas reprodutores, do seu funcionamento, das DST's, dos métodos contraceptivos, vantagens e desvantagens de cada é que se pode falar de educação sexual...

    Relativamente aos colégios católicos, que supostamente têm as melhores notas, é muito fácil ter boas notas quando os alunos são seleccionados e constituem a fina sociedade...

    Fala-me dos colégios católicos que albergam as crianças vindas de zonas problemáticas...

    E dou-lhe os parabens que foi o primeiro comentário que vi seu, sem insultos... Como vê, a evolução chega a todo o lado...

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  23. «Você alguma imaginou a quantidade de pades que se encontram a leccionar (Português, Filosofia, História, EMRC, Geografia, Latim, Grego)?»

    Hã? Em que é que isso está relacioando com o assunto em discussão?


    «Já alguma vez viu que os colegios católicos têm as melhores notas do país?»

    Têm as melhores e as piores. Não estou a gozar: há colégios privados católicos no topo do ranking e no fundo do ranking.

    Mas se um colégio só aceita alunos que podem pagar X, é natural que as notas sejam superiores às de uma escola que não pode recusar aluno algum....


    «Você sabe há quantos anos a disciplina de EMRC aborda a educação sexual?»

    E na catequeze também falam sobre como estava a Galileia no tempo dos romanos, e não tenho mesmo nada contra, mas isso não dispensa as aulas de história...

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  24. joão vasco:

    veja este post a propósito deste assunto:

    http://cachimbodemagritte.blogspot.com/2009/05/quem-e-que-eles-julgam-que-sao-para.html

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  25. Li o post.

    Discordo, como é natural, do princípio enunciado pela razão que já referi: mesmo os pais que acreditam que roubar não é errado, ou que os seus filhos têm o direito de faltar ao respeito aos professores, sujeitam-se à "ditadura da maioria" que é os seus filhos aprenderem na escola que essas coisas são erradas - e isto não é errado. Aliás, se calhar os educandos até deveriam era aprender essas lições melhor...

    Mas o post não responde à pergunta que lhe fiz, até porque - suponho - não foi escrito por si.
    Por isso repito a pergunta:

    «Por outro lado, se o Zé Gato soubesse que a educação sexual nas escolas não tinha qualquer componente normativa, limitando-se a falar sobre o aparelho reprodutor, a puberdade, as DSTs, quais as diferentes formas para minimizar o risco que são possíveis, etc... nesse caso já diria que não se tratava de ideologia? Ou continuava a ser ideologia?»

    A resposta a esta pergunta é mesmo importante para prosseguir o diálogo consigo.

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  26. «Por outro lado, se o Zé Gato soubesse que a educação sexual nas escolas não tinha qualquer componente normativa, limitando-se a falar sobre o aparelho reprodutor, a puberdade, as DSTs, quais as diferentes formas para minimizar o risco que são possíveis, etc... nesse caso já diria que não se tratava de ideologia? Ou continuava a ser ideologia?»

    não.

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  27. Então nesse caso o seu problema não é com a existência da cadeira de educação sexual, mas sim com quem delineou os programas.

    Mas se a crítica não é dirigida ao princípio abstracto de dar educação sexual e sim à forma como isso é feito, faltam informações, que a serem prestadas até poderiam fazer com que concordasse com a sua posição. Às tantas o ideal era mesmo concretizar: na escola XXX, o livro na página WWW diz YYY, em que YYY não é um facto objectivo, mas sim um valor altamente polémico.

    Na falta desta informação, a crítica não tem qualquer peso: "eu acho que o programa está mal delineado, porque eu já sei como estas coisas funcionam" não é tão persuasivo...

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  28. apesar de não ser uma ideologia sabe tão bem como eu que uma disciplina de educação sexual nunca se há de restringir estritamente ao programa - contendo o que o joão vasco enumerou, pode perfeitamente ser ensinado numa hora e meia (eu mesmo tive uma sessão dessas quando andava no 8º ano, mais ou menos, em que tudo isso me foi ministrado). mais que isso e derivará para o domínio da ideologia, com perguntas dos alunos que originarão respostas que colidem com as opiniões, e mais importante, os valores que os pais querem para os seus filhos.

    dou-lhe o exemplo do preservativo. ora o programa certamente contempla o preservativo como um dos meios de evitar gravidezes e DST's. mas para os católicos, o meio de evitar essas situações passa pela castidade e pelo parceiro único, após o casamento. como é que o estado se pode arrogar a incentivar filhos de católicos a uma opção que, para os pais, é moralmente errada?

    e quem dará a disciplina? sexólogos género marta crawford? professores sem conhecimentos?

    quem decidirá quais os professores que leccionarão os alunos? os pais? a escola?

    p.s. - bem sei que é um caso extremo, mas imagine o que será os seus filhos apanharem uma professora destas:
    http://www.youtube.com/watch?v=B3Tlt4BPvzk

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