- «No dia 13 de Novembro de 2008 o supremo tribunal Italiano autorizou o pai de Eluana a terminar a alimentação artificial e deixar o resto da filha morrer. Mas esta decisão foi oposta pela Igreja Católica. É uma organização de princípios que não pode permitir que os desejos da paciente e os sentimentos da família se sobreponham ao poder da Igreja. No passado dia 6, o governo de Berlusconi, contra a recomendação do presidente Giorgio Napolitano, assinou um decreto proibindo que se interrompa a alimentação e hidratação artificiais a pacientes que disso dependam, quaisquer que sejam as circunstâncias. Segundo Berlusconi, a medida justifica-se porque Luana «poderia, em teoria, ter um filho»(1). A Igreja Católica pressionou o governo de um país democrático a alterar a lei só para prolongar o sofrimento absurdo de uma família e inchar o ego de alguns líderes religiosos. É o que acontece quando se esquece que a ética é respeitar as pessoas e se vai na cantiga de quem diz ter um amigo imaginário caprichoso.» (Que Treta!)
- «Os senhores cardeais e os senhores bispos, incluindo obviamente o papa que os governa, não andam nada tranquilos. Apesar de viverem como parasitas da sociedade civil, as contas não lhes saem. Perante o lento mas implacável afundamento desse Titanic que foi a igreja católica, o papa e os seus acólitos, saudosos do tempo em que imperavam, em criminosa cumplicidade, o trono e o altar, recorrem agora a todos os meios, incluindo o da chantagem moral, para imiscuir-se na governação dos países, em particular aqueles que, por razões históricas e sociais ainda não ousaram cortar as sujeições que persistem em atá-los à instituição vaticana. Entristece-me esse temor (religioso?) que parece paralisar o governo espanhol sempre que tem de enfrentar-se não só a enviados papais, mas também aos seus “papas” domésticos. E digo ainda mais: como pessoa, como intelectual, como cidadão, ofende-me a displicência com que o papa e a sua gente tratam o governo de Rodriguez Zapatero, esse que o povo espanhol elegeu com inteira consciência. Pelos vistos, parece que alguém terá de atirar um sapato a um desses cardeais.» (O Caderno de Saramago)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
No que se concerne ao nobel e à sua coerência ainda se espera que peça também desculpa por haver conscientemente apoiado e continuar a apoiar o primitivismo comunista por exemplo...
ResponderEliminarBem, por mera casualidade até conheço quem tenha sido saneado por esse indivíduo no DN em 75 mas para o nobel deverao ser contas de outro rosário que nao valerá a pena esclarecer.
O que não impede que ele tenha razão. Se percebi bem, o seu ataque dirige-se ao escritor e não ao texto que ele escreveu (e que eu, que nunca apoiei o estalinsmo, subscrevo 100%).
ResponderEliminarJulgo que para os que,como nós aqui neste blog, damos valor à democracia, ver o Vaticano insultar, desprezar e imiscuir-se no regime democrático espanhol, pede um sapatinho voador. Ou dois. :o)
Caro Felipe o que quero dizer é que se alguém na sua conduta adopta dois pesos e duas medidas dependendo das conveniências e da oprtunidade perderá a meu ver credibilidade certo?
ResponderEliminarO facto è que a recente visita do cardeal Bertone o qual foi recebido pelo presidente do governo, a vice- presidente, o ministro da justiça e negócios estrangeiros nao se revestiu de qualquer género de insultos e desprezo como assim se comprova pelas declaraçoes dos membros do psoe.
O saramago nao gostou? pois azarinho...))
Filipe, Filipe, Filipe
ResponderEliminar