- «Dois tipos de protestos quanto à imagem feminina na publicidade têm sido importantes na agenda feminista que vem a público. Um, que em boa medida subscrevo, tem que ver com o retrato dos papéis de género. Entenda-se por isto a estafada mas massiva e quase nunca alterada imagem da mulher como única responsável pelas tarefas domésticas e pelo “cuidar dos filhos”, a mulher que consome apenas produtos para cuidar o corpo – o seu, o da família e, até, o da casa. (...) Outra crítica à publicidade passa pelo uso de imagens de nudez feminina, de mulheres erotizadas, objecto e/ou sujeito de sexualidade (vejam-se as recentes polémicas com o anúncio da Dolce&Gabana e com o cartaz do Crazy Horse no Casino de Lisboa), ou simplesmente da mulher enquanto símbolo de algo desejado (como na publicidade à SuperBock no Verão passado). Aqui, é-me impossível concordar com aquilo que normalmente vem a público como posição feminista: a ideia de que estas imagens ofendem a mulher, a “utilizam” e “degradam”, porque a “transformam em objecto sexual”. Perdão? Transformam? Eu julgava que éramos todos, homens e mulheres, sujeitos e objectos sexuais, graças a deus, muito obrigada.» («Dos esterótipos e dos feminismos», no Cinco Dias.)
- «Quanto mais leio o conteúdo do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça relativo às supostas dívidas do Sporting ao fisco mais revoltado fico com a manipulação que o Público fez das conclusões deste.Quem leu a reacção do Público ficou com a sensação que este jornal foi condenado por ter divulgado uma notícia verdadeira. Por todo o lado houve uma onda de choque carregada de perplexidade. Afinal o Público esqueceu-se de referir que todas as instâncias referiram que a notícia não era verdadeira (ou que, pelo menos, não foi provada) e que a famosa frase que retirou do acórdão era uma reflexão, em anexo, sobre o eterno conflito entre a liberdade de imprensa e a liberdade individual.» («Défice de reflexão crítica», no Filho do 25 de Abril.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Somos todos, de facto, sujeitos e objectos sexuais, mas as mulheres nao sao so um buraco e portanto nao deviam ser retratadas como um buraco. E a publicidade a que as feministas se referem retrata as mulheres como uns buracos que so servem para uma coisa.
ResponderEliminar... e o Filipe nunca pensou em mulheres como um buraco...
ResponderEliminarFilipe,
ResponderEliminaré isso mesmo, certeiro!