- «Na segunda-feira a seguir ao referendo, não. Mas logo na terça-feira seguinte os telefones começaram de novo a tocar. Esgotado o tema do aborto, e passado à História o referendo e as intermináveis justificações para o «Sim» e para o «Não», de repente voltei de novo a ser entrevistado para televisões, jornais e revistas. Todos preparam agora novas reportagens de fundo sobre, disseram-me, o novo «tema fracturante» da sociedade portuguesa que aí vem: o casamento homossexual! Sim, o juiz da primeira instância bateu todos os recordes dos tribunais portugueses e indeferiu o primeiro recurso em cerca de três semanas. Sim, o processo aguarda decisão do Tribunal da Relação há mais de onze meses. Sim, nas sua alegações o iluminado Procurador do Ministério Público defendeu que o Estado deve providenciar que os portugueses só procriem dentro do casamento e que os homossexuais estão impedidos de constituir família. Sim, se a Relação indeferir, recorro para o Supremo Tribunal de Justiça e daqui para o Tribunal Constitucional. Sim, tenho mais esperança numa solução política e legislativa do que numa solução judicial.» («Os temas fracturantes», no Random Precision.)
- «O multiculturalismo parte de uma premissa que, na sua aparência, é nobre, a saber, a ideia de que todas as culturas devem ser respeitadas nas suas especificidades, e que nenhuma cultura se deve impor a outra. Decorre desta ideia politicamente correcta que nós, cidadãos de países livres, não devemos impor a nossa cultura aos outros. O corolário desta ideia, tão boa na sua aparência, é que as pessoas que não pertencem à cultura ocidental não deverão ter acesso aos ideiais da liberdade e da igualdade, dado que estes poderão por em causa os próprios fundamentos das suas culturas de origem. De facto, o multiculturalismo não olha para as pessoas como indivíduos dotados de livre arbítrio, mas sim como meros membros deste ou daquele grupo cultural. Daí eu considerar que o multiculturalismo mais não é do que uma prisão onde as pessoas são condenadas a submeterem-se ao estereótipos dominantes do que é a sua cultura de origem.» («O que é o multiculturalismo?», no Armadilha para Ursos Conformistas.)
«entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c’est la liberté qui opprime, et la loi qui affranchit.»
(Lacordaire)
Infelizmente, o tema do aborto ainda não está completamnete esgotado, desconfio.
ResponderEliminarhttp://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=263267
e dado o apoio que o PR lhes pode dar...
O PR quer ganhar na Secretaria o que não ganhou em campo.
ResponderEliminarExcelentes escolhas para leitura recomendada!