quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Louçã e Soares

A entrevista simultânea a Soares e a Louçã (que me escapou, como muitas outras coisas) deu algumas indicações para quem quiser pensar sobre estes dois candidatos.
Em primeiro lugar, quanto ao Tratado constitucional europeu, que será talvez a questão mais importante do próximo mandato presidencial (e é a maior ausente da campanha, apesar dos esforços de Manuel Alegre) houve o seguinte:
Ao contrário destes dois, não tenho fé em que possa haver uma democracia funcional incluindo toda a Europa daqui a três gerações, quanto mais daqui a três anos. A «Constituição europeia», com o seu parlamento que não pode iniciar legislação mas que delibera sobre quase tudo, instituirá uma não-democracia com tutela sobre a nossa República. (E Cavaco, que encara a UE como um banco a que se pede crédito, ainda será mais europatriota do que Soares e Louçã, se o dinheiro fluir...)
Em segundo lugar, Louçã disse que não iria a Fátima com o ditador do Vaticano, ao que Soares replicou, não fosse alguém tomá-lo por anticlerical:
É evidente que, vindo de Soares, isto não surpreende. Este homem toda a vida se proclamou «republicano e laico» sem que alguma vez tenha traduzido isso no mais pequeno dos avanços para esses valores. Mas querer ir «com o maior gosto» até Fátima?! Não havia necessidade...

1 comentário:

  1. Eu também não acredito que a Europa deixe de ser uma agência reguladora de dinheiro e comércio para ser também um espaço de democracia e valores.
    Mas acho que esse esforço deve ser feito dentro da Europa, ou seja acredito no projecto Europa mas em moldes muito diferentes.

    ResponderEliminar

As mensagens puramente insultuosas, publicitárias, em calão ou que impeçam um debate construtivo poderão ser apagadas.